Uma vida dividida em vários pedaços de mim, cheio de partículas
de verdades e mentiras que sussurro a cada pedacinho que encontro, para uns
afirmo que sim, para outros juro que não.
Como o soluço, que quanto mais me irrito, mais ele fica e me
faz parecer bobo, como numa chuva correndo de terno em direção ao campo de
futebol, sem nexo, sem razão... só impulso e desdém.
O puro suco da agonia de uma cabeça que não para nem para
fazer sinal para o ônibus, silencio... nem lembro mais o cheiro.
Nem tenta entender, só acompanha e tenta não franzir a
testa, por que até em meio a festa eu ando só, mas não sou só, ando lotado de
corridas imaginarias que nunca entendo em que querem chegar.
Sou o filho justo do político safado, o Júnior que é filho
de puta, o cara que tá, mas não faz parte do meio, o que canta rap em meio ao
samba, chuta macumba e faz sinal da cruz ao passar no bar.